O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, acompanhado dos secretários de Habitação, Mirela Ramos, e de Obras, Luis Eduardo Araújo, mais o chefe de Gabinete, Adriano Ramires, visitou a fábrica da Tecverde, em Araucária (PR), na última quinta-feira (3). A empresa é responsável por fabricar os apartamentos e casas em construção na Baleia Verde, na Costa Sul do município.

Na comunidade sebastianense, já foram ‘produzidos’ 17 prédios de quatro pavimentos, ou seja, mais da metade contratada pelo governo do Estado por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), segundo informações do diretor de operações da Tecverde, José Márcio Fernandes.

Ele conta que a equipe está trabalhando a todo vapor, com capacidade máxima de operação para a produção de São Sebastião. O Estado quer iniciar a entrega dos prédios a partir de outubro até dezembro deste ano, antes do início das chuvas de verão.

As unidades habitacionais vão receber as famílias que perderam suas moradias na catástrofe natural de 19 de fevereiro, quando 64 pessoas morreram e mais de 1 mil famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas.

Somente na Baleia Verde estão em construção 518 unidades habitacionais e, desse total, 20 são casas térreas que vão receber pessoas com deficiência e mobilidade reduzida afetadas pelo evento.

Conforme o prefeito Felipe Augusto, essa inovação representa uma verdadeira mudança na vida de todas as famílias que serão beneficiadas, proporcionando-lhes uma maior dignidade e conforto em seus lares. “É notável o avanço que estamos alcançando. Uma parede é erguida a cada 18 minutos, o que demonstra a rapidez e eficiência do processo construtivo. A cada duas horas, uma nova casa é concluída, mostrando o impacto positivo que essa tecnologia terá na oferta de moradias dignas para a população”.

Felipe Augusto e o grupo também aproveitaram para visitar a linha de produção da Casa 1.0, onde o protótipo de habitação popular de 44 metros quadrados está montado com dois quartos, sala, cozinha integrados e banheiro, construído na fábrica em um turno de operação e montado em um dia, no local da moradia.

“Estar aqui é muito importante por poder conhecer de perto essa tecnologia, esse modelo construtivo e sanar dúvidas. Eu saio daqui com muita tranquilidade e dizendo que do conforto térmico, conforto acústico, qualidade e dignidade das moradias que estão sendo ofertados pelo governo de São Paulo, num trabalho árduo feito pelo governador Tarcísio de Freitas. Quero agradecer o empenho e dedicação com a nossa cidade. Está dando um exemplo de reconstrução. É uma São Sebastião forte”, reforça.

Wood Frame

Criada há 14 anos, a Tecverde foi pioneira no Brasil na industrialização da construção civil, com o modelo off-site, que substitui o “tijolo por tijolo” dos canteiros de obras pela instalação de paredes inteiras pré-produzidas dentro da fábrica, no modelo wood frame.

No sistema off-site, todas as partes são pré-fabricadas dentro da indústria em Araucária e transportadas, prontas, para o terreno onde será feita a montagem. Os painéis que formam as paredes, escadas e estrutura de telhado, saem da fábrica já prontos, incluindo portas, esquadrias e instalações elétricas e hidráulicas.

Com essa tecnologia, a empresa entregou, em 2016, o primeiro prédio do Brasil com a tecnologia Wood Frame. A edificação instalada na cidade de Araucária.

Menos tempo

Entre as vantagens da construção civil industrializada, está o menor tempo na entrega dos projetos, a redução de resíduos, facilidade de manutenção, conforto térmico e isolamento acústico.

“Hoje temos capacidade para produzir 120 unidades mês de 43m² e montar duas casas por dia, em obras quatro vezes mais rápidas que no sistema convencional”, contou o diretor de Operações, José Márcio Fernandes.

Em parceria com construtoras e incorporadoras, a empresa entregou mais de 8 mil unidades em 12 estados brasileiros, atendendo 24 mil pessoas.

A empresa estima ter economizado 29,5 mil toneladas de resíduos, comparando sua técnica com a da construção civil tradicional.

De casas e hospitais

“Começamos com imóveis de alto padrão e hoje atendemos uma grande diversidade de projetos, que incluem casas e apartamentos populares, escolas, hospitais, estruturas de shoppings”, conta a diretora comercial, Stael Xavier.

Durante a pandemia de covid-19, lembra, a empresa foi responsável pela construção de hospitais definitivos de até cem leitos, erguidos em 30 dias.

A construção industrial dos imóveis é uma técnica desenvolvida nos Estados Unidos e já bastante popular também na Suécia, Alemanha e Japão.

A Tecverde adaptou a tecnologia para a realidade brasileira e chamou a atenção de investidores internacionais: em 2020, parte de suas ações foi comprada pela joint venture chilena E2E (fundada pela Etex, empresa especializada em materiais de construção, e pela Arauco, da indústria florestal), tornando-se uma das maiores empresas de construção industrializada off-site na América Latina.

Com informações da PMSS